quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O Amor á Pátria

O homem é um personagem inserido na história. É, por natureza, um ser no mundo. Esta situação é para ele essencial. Daí a razão pela qual ao mesmo tempo em que ele se descobre, depara o contexto no qual está imerso. Cumpre-lhe tomar consciência de si mesmo e da sociedade da qual faz parte. Surge, em conseqüência, uma conclusão que é um imperativo: participar da História é não apenas receber influências do passado, mas ainda agir, multiplicando as possibilidades do desenvolvimento das virtualidades humanas numa atitude responsável para a construção de uma Pátria sempre mais próspera. O crescimento, porém, de uma nação, é o resultado do progresso de cada região, de cada cidade. Cada um é uma parcela da pátria. Na trama das atividades específicas é elementar deve cooperar para o progresso da comunidade na qual se vive. Isto está ao alcance de todos. Ser brasileiro é um título vincula profundamente quem o ostenta a um povo de fibra e de espírito cívico inigualáveis, cujas virtudes políticas pompeiam na História pátria. Cada um se identifica com a terra em que passa seus dias, unido a ela como a pulcra e carinhosa mãe. Byron, com rara felicidade, assim se expressou ao se referir ao lugar em que vivia: “Não fazem estes céus, águas e rios / Uma parte de mim e eu parte deles”? Ora, se tal era o modo de ver do poeta, muito mais profundo é o sentir de quem aqui contempla o transcorrer de seus dias na Terra bendita de Santa Cruz, onde viver é sempre tão sereno, apesar das turbulências inevitáveis devido à contingência humana. Brasil, moradia de célebres heróis, alegria de um povo simples e trabalhador, volúpia de quem sabe contemplar as maravilhas que Deus espalhou por todo seu imenso território, glória dos autênticos patriotas, de filhos devotados. Nisto é que consiste essencialmente o patriotismo. Este inclui um empenho pela conservação dos valores tradicionais que compõem a cultura de um povo, dando-lhe uma identidade que ultrapassa o indivíduo e o imerge na grandeza dos antepassados. Daí um humanismo sadio que conduz às boas maneiras permitindo produzir no mundo, além dos limites da família e da própria região a nobreza de uma vida civilizada. Donde a prática ininterrupta da justiça que leva cada um a se aperfeiçoar para poder oferecer à pátria sua contribuição efetiva, visando o seu desenvolvimento a bem de todos. Este patriotismo se difere do nacionalismo chauvinista que é o veículo de todo autoritarismo militar impedindo a política da boa vizinhança com outros povos. Por outro lado, aqueles que são investidos de poder devem se imunizar do antipatriotismo mais funesto e trágico que é a corrupção, mas lhes cumpre empregar sempre o dinheiro público na educação, na infra-estrutura, no conjunto das instalações necessárias às atividades humanas dos cidadãos.


(Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho )
Fonte: http://catolicanet.com/?system=news&action=read&id=49585&eid=301

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